domingo, 26 de junho de 2011

menos do que eu, mais do que nós


Simplesmente não consigo mais sufocar tudo dentro de mim: os sentimentos incham, a pele estica, a cabeça dói e o corpo cai; a queda é estreita e longa, os braços queimam internamente e a sensação de angústia se expande.
Eu posso levantar, bem sei que sim. Mas e a vontade? Onde foi parar a ânsia que incendiava meu corpo inteiro por causas suas? Sinto falta dos espamos de energia que sentia quando as razões eram pequenas, porém intensas. Tudo parece maior agora, e se não bastasse, coloco-me no meio de tudo, atiro em mim mesma o que talvez não fosse nem sequer balbuciado por outrem.
Fraqueza? Incapacidade? Foram-se os anos de automutilação por piedade. É ego ferido, vontade gritar - mas gritar por dentro, em silêncio, com ou sem razão. Eu só quero a voz, íntima e minha. Só quero os meus ouvidos machucados, os de mais ninguém.