terça-feira, 20 de abril de 2010

Silêncio



Já me disseram que o amor cura tudo, mas rebateram a teoria afirmando que machucados de amor nunca cicatrizam. Convencionaram mencionar que por amor sempre vale à pena, mas então, fruto de que circunstâncias as cicatrizes se formaram? Diante de antíteses, paradoxos, antagonismos e derivados fico à espreita de uma resposta plausível ou simplesmente adequada. Não procuro certezas, pois compreendo o quão amplo são os sentimentos e distintos entre nós; bastariam, porém, palavras que preenchessem tamanha incerteza de quem acabou se conformando com ambos os lados.
E quando dizem que na falta de palavras o silêncio deve prevalecer, assim o faço.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Apresentação (des)necessária


Cansei de terceira pessoa, escrever em primeira parece-me mais convincente. Não que eu deva convencê-los de algo ou engrandecer inúteis sentenças de esperança para meu “quem sabe futuro eu - lírico”, mas quando não preciso intermediar palavras, tenho a impressão de estender a realidade.
Ultimamente tenho desconectado idéias e olhado fixamente entre o vão da janela à espera de uma possível reencarnação de Jostein Gaarder sucumbir-se ao meu intelecto. Dou risadas. Tenho comigo que ninguém nasce um exímio escritor, ou será que Dan Brown já haveria de formar palavras com o próprio cordão umbilical? Às vezes penso que se assim eu tivesse feito, conseguiria no máximo enforcar-me com o próprio. Quanta bobagem.
Penso em minha capacidade incapaz com as palavras, há tanto nesse universo gramatical que eu morrerei sem compreender! Dramatismo típico, mas continuo incomodada. Pretensão demais pensar-me junto à lista de redatores de grandes jornais e revistas, ou à fantástica literatura supersaturada de besteiras intantilóides e previsíveis, mas condecorada de autores-de-cordão-umbilical.
Para tanto, mesmo sem haver instruções certamente delimitadas para se escrever um best-seller ou um texto comovente, ainda me sinto lisonjeada em conseguir transmitir algo através dessas letrinhas humildemente postas. Não é fácil, e como não. Comunicação é a dádiva do mundo, mas os comunicadores são poucos. Sinto em não poder fazer melhor, pelo menos por enquanto.
Há quem diga que de nada serve a luz se conhecemos nossos passos, mesmo sem conhecer o caminho. Ando manca, talvez de dor ou simplesmente por desilusão, mas enquanto palavras ainda saírem da minha boca e minhas mãos continuarem seu percurso incansável sobre o papel, continuarei na esperança de encontrar uma bengala ou um simples corrimão.